sábado, 10 de julho de 2010

Lendo obituários

Um dia desses foi um daqueles dias de mixed feelings intenso.
Durante o café da manhã, eu lia o jornal e resolvi parar nos obituários. Sempre tem uma ou duas pessoas em destaque com um texto enviado pela família.
Naquele dia eram duas mulheres, uma senhora de 85 anos e uma outra e 51. Comecei pela mais jovem. Morreu de uma infecção generalizada. Mas o choque mesmo foi ler que ela era solteira e morava com os pais. Segundo sua irmã, foi uma moça muito bonita e educada.
Ao ler isso meu café ficou totalmente amargo, desceu me cortando. Ando muito numa fase de querer mudanças, mudanças reais. Essa nota obituária quis me dizer: aproveite para mudar agora ou veja só no que pode dar.
Me imaginei em 26 anos, morando no meu quarto ajudando meu pai bem velhinho a fazer as coisas que minha mãe o mandava fazer. Sofrendo de alguma de infecção, partindo antes deles e os fazendo sofrer, tendo que ir ao meu enterro e organizar missas e todas as outras coisas que tem a ver com morrer.
Isso porque eu já tenho sentido o peso da idade, tenho 25 anos, moro com meus pais. Eu não tenho namorado, eu não tenho pretendentes e agora que minha melhor amiga está namorando eu estou oficialmente hibernando.
Eu não sei o que levou a tal mulher a viver solteira e na casa dos pais até morrer. Mas sei que essa daí pode muito bem ser eu, daqui a 26 anos. E por mais que eu ame meus pais e meu cachorro, sei que tenho que me "despregar" deles.
Não só deles, mas de todo o meu comodismo. Me despregar da Ana Bárbara, para ser mais Babi. Depender exclusivamente de 1 amiga, não sair da minha confortável zona de conforto.
Eu nunca fui sonhadora, nunca achei que mulher tem que casar pra sair de casa, pra ser feliz. Mas passei a me indagar a respeito de deixar alguém fazer parte da minha vida. E eu não tenho mais tanto tempo assim.
Pelo menos foi que pensei até seguir ao outro óbito. A senhora de 85 anos faleceu de alguma coisa parecida com a anterior, mas aí tudo bem pois ela já estava na casa dos 80. Ela era casada, deixou dois filhos. Fulano, de 80 anos, era seu marido há 50. Sim, ela foi casada com um homem mais jovem (go, cougar!) e se casou aos 35 anos. Sim, esse óbito aí foi pra me convencer de que o outro não necessariamente indica o meu futuro. O futuro próximo é que vai determinar meu fim.
Esse segundo óbito quis dizer o seguinte: em 10 anos, tudo pode mudar! Em 10 anos você pode ganhar 1 marido, 2 filhos e 34 anos.

Um comentário:

  1. Não Marrriii!!! Nossa vida vai ser liiiiinnndaa!! Glamurosa! Nosso escritório vai ser maravilhoso num penhasco de frente pro mar!! Vc não vai ser uma vlhota solteira infeliz morando com seus pais (sei lá se ela era infeliz, né?) Vc tá construindo seu futuro agora, o resultado vem depois!! Nosso Café vai ahazaaarrr!!! o/

    Júlia

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